Portugal Fashion cancela edição de julho por falta de “apoios necessários”

Katty Xiomara - Runway - 50th Portugal Fashion
[Fotografia: EPA/JOSE COELHO]

“Apesar de todos os esforços para realizar a edição deste ano – que se realizaria de 1 a 6 do próximo mês -, não foi possível, em tempo útil, reunir todos os apoios necessários, que permitiriam garantir a qualidade do evento Portugal Fashion”. É desta forma que começa o comunicado emitido pelo Portugal Fashion e no qual revela que a edição prevista para julho, numa estreia de calendário, não terá lugar.

 

A mesma nota fala numa “decisão muito difícil para a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE)”, entidade promotora do certame, promete nova data a revelar e justifica: “É sabido que o Portugal Fashion tem atravessado algumas dificuldades de financiamento e por isso foi necessário repensar a forma, e algum conteúdo. A nova estratégia foi pensada para reposicionar o Portugal Fashion com base num estudo desenvolvido para retirar esforço financeiro à ANJE, que nas últimas três edições do projeto foi obrigada a recorrer a capitais próprios para levar a cabo o Portugal Fashion.”

Recorde-se que em abril último, a organização anunciava regresso após a revelada interrupção de por falta de verba. Este retorno numa nova e única data anual incomum no calendário da moda portuguesa e estrangeira acontecia pela vontade da ANJE e do Portugal Fashion em “mudar de estratégia”.

Segundo a organização revelava há dois meses, a escolha da data para início de julho visava “preservar o alinhamento com os calendários das principais semanas de moda internacionais, por forma a que não houvesse sobreposição de datas e seja possibilitado o acesso de imprensa, buyers, stylists, e outros profissionais de moda”. Ao abrigo deste novo conceito, o Portugal Fashion ambicionava “tornar-se ‘chapéu’ internacional para toda a moda portuguesa”, pretendia “criar um board de especialistas internacionais, responsável por selecionar as marcas e os designers apoiados no estrangeiro (num processo de candidatura aberto a todas as marcas e designers com base em Portugal), ficando esse board também responsável por acompanhar a evolução dessas mesmas marcas e designers: gestão, vendas e pontos de venda, comunicação, marketing, crescimento, e vários outros temas relevantes para o posicionamento estratégico”.

Uma aposta que queria ir para lá da moda, pretendendo “reforçar a capacidade e o potencial que o Norte do país tem em ser um imenso hub criativo, não só na indústria da moda, mas também em outras artes (música, cinema, arquitetura, artes plásticas, etc…), juntando ainda a identidade lusa moderna e o lifestyle único que merece ser trabalhado e mostrado”. Desta forma, o objetivo passava por criar um conceito de “festival criativo”, que, referia o comunicado emitido em abril, pretendia “assumir-se como um evento-turístico-âncora (turismo criativo e industrial), com grande foco na moda de autor (desfiles e apresentações), mas fazendo sempre a ponte entre esta e as várias dimensões do ecossistema moda (indústria, inovação e sustentabilidade, formação, distribuição e comunidade)”.