Mestre Manuel Cargaleiro “morreu tranquilo, rodeado pelos seus, adormeceu”

Manuel Cargaleiro
Manuel Cargaleiro [Fotografia: Igor Martins / Global Imagens]

Manuel Cargaleiro “morreu tranquilo, rodeado pelos seus, adormeceu”, disse a sua companheira Isabel Brito da Mana, em declarações à agência Lusa. “O Presidente da República manifesta pesar pela morte de Mestre Cargaleiro, que hoje [domingo, 30 de junho] nos deixou”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa na sua nota da Presidência da República.

Pintor, desenhador, escultor, gravador e ceramista, Manuel Cargaleiro morreu aos 97 anos e o chefe de Estado recorda, para lá do percurso, o último encontro, há semanas, em Lisboa: “Continuava a sonhar projetos para o futuro e a acreditar na Vida, sempre prestigiando Portugal.”

A residir em Paris, França, desde 1957, Cargaleiro, para Marcelo, “nunca deixou que o cosmopolitismo significasse desenraizamento”. “Prova disso é a memória das imagens e das cores da Beira Baixa na sua obra, nomeadamente a lembrança das mantas de retalhos; prova disso igualmente a empenhada presença do artista na região onde nasceu, através da Fundação e do Museu Cargaleiro”, lê-se na mesma nota, que evoca obra eternizada em “igrejas, jardins ou estações de metro, e em inúmeras peças tão geométricas e cromáticas como as de outros artistas cosmopolitas que viveram em Portugal”.

“Tendo-o condecorado, em 2017, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2023, com a Grã-Cruz da Ordem de Camões, o Presidente da República teve a oportunidade de homenagear essas singularidades em breve mensagem para o catálogo da última exposição que fez, texto no qual saudou, e renova agora a saudação, a sua obra jubilosa e luminosa, fiel ao passado e ao presente, a um tempo que é o nosso e que também foi o seu”, acrescenta ainda Marcelo Rebelo de Sousa nesta nota de pesar.