Maria da Conceição vai escalar segunda montanha mais alta do mundo, e por uma boa causa

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[Fotografia: DR/Mariadaconceição.com]

Maria Conceição, a primeira mulher portuguesa a subir ao cume do monte Evereste, vai tentar escalar o pico K2, no Paquistão, para angariar fundos para um lar de idosos em Torres Vedras.

A portuguesa radicada nos Emirados Árabes Unidos, que tem 10 recordes registados no Guinness World Records, tem previsto iniciar a expedição de dois meses no domingo, dia 16 de junho.

Antes, vai passar por Lisboa, na quinta-feira, onde será oradora convidada de um evento de uma marca desportiva.

O K2, com 8.614 metros, é a segunda montanha mais alta do mundo, depois do Evereste (8.848 metros) e uma das mais difíceis e arriscadas.

“É extremamente difícil sem estar lesionada, mas estou preparada o mais bem possível. Tenho treinado bastante e feito muita fisioterapia”, afirmou à agência Lusa.

João Garcia foi um dos poucos alpinistas portugueses que conquistou o K2, em 2007. A expedição em que a portuguesa vai participar também tem como objetivo escalar o Broad Peak (8.047 metros), situado a caminho do K2.

Nascida em Angola, Maria Conceição cresceu em Vila Franca de Xira, mas está radicada no Dubai desde 2003, onde foi assistente de bordo. Em 2005, começou a ajudar crianças de origens pobres do Bangladesh, o que a levou a fazer vários desafios físicos para angariar fundos, como a subida ao Evereste em 2013.

Bateu vários recordes mundiais enquanto completou numerosas maratonas, ultramaratonas e triatlos, alcançou o Polo Norte em 2011 e em 2018 chegou ao Polo Sul, feito inédito na altura para uma mulher portuguesa.

Uma lesão no joelho, a pandemia de covid-19 e os sintomas da menopausa adiaram os planos para a subida do K2 em 2023.

Nos últimos anos, dedicou-se a fazer palestras e sessões de motivação para angariar donativos para as suas ações filantrópicas, durante as quais estima já ter ajudado mais de 600 crianças e jovens.

Para apoiar a expedição ao K2, lançou um apelo à doação de fundos para o Lar Nossa Senhora da Luz, na freguesia de A dos Cunhados, município de Torres Vedras, onde a mãe residiu durante 17 anos.

“A minha mãe teve uma vida muito difícil, por isso sinto-me aliviada por ela ter passado os últimos anos da sua vida a ser cuidada. Sempre que a visitei, ela parecia estar em casa, tão feliz quanto possível”, explicou.

Em paralelo, mantém uma campanha de âmbito internacional para vender 8.611 livros sobre as suas atividades, um por cada metro de altura do K2.

Esta iniciativa foi uma solução encontrada para contornar as restrições dos Emirados Árabes Unidos a donativos de origem estrangeira a organizações não lucrativas.

LUSA