Atividade sexual protege as mães do stress crónico, diz a ciência

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[Fotografia: Pexels/Freestocks]

Uma equipa de investigadores juntou 183 mulheres com idades entre os 20 e os 50 anos com pelo menos um filho com idade entre dois e 16 anos e submeteu-as a avaliações regulares de stress durante dois anos.

A cada período de avaliação, o grupo respondia a questionários de sete dias e comparecia em laboratório para fazer recolha de sangue para a analisar indicadores metabólicos como insulina, resistência à insulina, leptina e grelina.

Nas duas últimas sessões foi incluída a componente sexual, perguntando às inquiridas diariamente se na noite anterior tinham tido atividade sexual. Respostas que foram depois cruzadas com os resultados das análises metabólicas nesses dias de participação no estudo.

De entre as conclusões do estudo Maternal caregiving stress and metabolic health: Sexual activity as a potential buffer (Stresse no cuidado materno e saúde metabólica: atividade sexual como potencial amortecedor, em tradução literal), as que relataram ter tido feito sexo pelo menos uma vez no período em análise (sete dias, como referido acima) foram consideradas sexualmente ativas, encolhendo a amostra para 101 participantes.

As mães sexualmente inativas e as de alto stresse [que têm filhos com maiores desafios] tiveram piores resultados do que as que fizeram mais sexo. A conclusão indica também que as mães sexualmente ativas demonstraram perfis metabólicos semelhantes, independentemente do grupo de stress.

Segundo a análise, é importante vincar que as mães altamente stressadas apresentaram níveis mais altos de insulina e de resistência à insulina e níveis mais baixos de grelina em comparação com mães pouco stressadas. Porém, os valores melhoravam quando a atividade sexual existia.

Este efeito amortecedor gerado pela atividade sexual foi distinguível do efeito trazido pela atividade física e é independente da satisfação global do relacionamento”, lê-se no estudo (cuja síntese pode ser consultada aqui). O documento refere ainda que as “descobertas fornecem novas provas que sustentam os potenciais efeitos protetores da atividade sexual contra o risco de doenças metabólicas relacionadas ao stresse crónico”, entre elas destaque para os riscos de doença cardíaca, diabetes, depressão, acidente vascular cerebral e obesidade.