Cancro. Liga Portuguesa vai abrir uma casa de retaguarda para doentes oncológicos

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[Fotografia: Pexels/Thirdman]

O núcleo Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) vai abrir, “dentro de um a dois anos”, na zona da Boavista, um equipamento retaguarda para doentes oncológicos que façam tratamento em regime de ambulatório, revelou o presidente Vítor Veloso esta semana.

O espaço, que vai nascer perto da Casa da Música, no Porto, destina-se a doentes que não precisam de internamento, mas necessitam de apoio, bem como a familiares.

Em entrevista à agência Lusa, a propósito dos 60 anos do núcleo, o presidente da LPCC-Norte, Vítor Veloso, revelou que o projeto será, “numa primeira fase, aberto ao Instituto Português de Oncologia do Porto, e, numa segunda fase, a outros hospitais”.

“Queremos fazer uma infraestrutura para doentes que estão em tratamento de ambulatório, pessoas que fazem tratamentos no Porto mas chegam cá de longe e precisam de apoio todos os dias. Há muitas realidades, atualmente. Muitas carências. Muitos vêm de táxi ou estão no Porto em regimes de aluguer dramáticos”, disse Vítor Veloso.

A casa retaguarda do núcleo Norte da LPCC terá capacidade para 74 doentes acompanhados e deverá ter cerca de três dezenas de profissionais. O investimento rondará os quatro a cinco milhões de euros, estimou Vítor Veloso.

O equipamento vai nascer na zona da Boavista, num espaço onde existe um prédio que foi doado à LPCC-Norte, e um outro contíguo já adquirido pelo núcleo.

Presidente do núcleo Norte da LPCC há 20 anos, Vítor Veloso disse à Lusa que serão feitas candidaturas, mas o financiamento do projeto não está dependente de fundos. “Neste momento temos retaguarda com fundos próprios. Avançaremos de qualquer forma, mas os apoios são sempre bem-vindos. Isto é uma necessidade, um imperativo. Queremos que esteja pronto dentro de um ano ou dois”, referiu.

Além da valência de retaguarda a doentes que fazem tratamentos em regime de ambulatório, é ambição da LPCC-Norte fazer ali um pavilhão com ginásio e piscina para “proporcionar uma melhor recuperação funcional e emocional dos doentes oncológicos”, acrescentou.

Teremos reabilitação e fisioterapia para todas as localizações do cancro. Isso é uma falta que nós sentimos. Há falta de sítios para recuperação ou as vagas são limitadas e demoram muito. Isto faz parte da humanização e dignificação do doente de que tanto se fala, mas é preciso pôr em prática”, concluiu.

LUSA